Resumo : O Memorial da Cultura Cearense tem uma exposição sobre o Vaqueiro,fala sobre a história dos vaqueiros cearenses, como tudo começou e que se trata de uma parte de nós, do nosso linguajar, de nossa cultura e vida. Em todos as partes podemos relembrar a história de homens que a profissão ou o dom de ser vaqueiro, as dificuldades que passa no sertão e etc. A outra parte é sobre Brinquedos - A Arte do Movimento, uma exposição encantadora que a cada momento em que olhamos para cada brinquedo relembramos da nossa infância, algo de encantador em cada bonequinho nos faz refletir que a fase mais especial da nossa vida é a infância. E por ultimo a exposição BUMBA-MEU-BOI : Uma interpretação do Barro, varias exposições de barro, que varia de tudo, como Iracema.
VAQUEIROS
O cavalo e o cachorro são auxiliares imprescindíveis do vaqueiro com sua lida com o gado. O cavalo sertanejo é baixo, ágil e especialmente resistente a duras condições do semi-árido. Cavalgado pelo vaqueiro, varas as matas espinhentas, não raro se arranhando, em perseguição do boi fugitivo. Daí o preceito no sertão: “onde passa o boi, passa o cavalo e o vaqueiro”. Como o gado e o cavalo, o cachorro do vaqueiro não tem raça definida. Obediente e incansável, acompanha o vaqueiro em seu trabalho, auxiliando-o o gado na caça e nas atividades do curral.
Há diversas formas de comunicação entre o vaqueiro e o boi, a começar pelo chocalho ( com espessuras e tamanhos variados ), que o vaqueiro coloca na rês para identificar sua localização. Outras formas muito usuais são o grito e o aboio. O grito é uma exortação aguda, sem notas, para ser ouvida a quilômetros de distância. Já o aboio é melódico, uma melopéia vocálica, com notas longas e dolentes ou curtas e exclamativas. Os aboio podem ser chamamento e de excitação. Há ainda o aboio de repente, em que, por diversão, o vaqueiro improvisa palavras cantadas sobre a toada do aboio. Antigamente, no Ceará chegou-se a usar o búzio como instrumento de sopro para ajudar a reunir o gado e, em alguns lugares, o berrante.
Ninguém mais que o vaqueiro sofre ao ver o gado morrer de fome e de sede, durante as grandes secas. Como responsável pela sobrevivência do rebanho, redobra os cuidados e não mede sacrifícios.
O boi tem ocupado um lugar destacado na imaginário da humanidade. Nas mais antigas civilizações, aparece não apenas como animal de inúmeras utilidades, mas também como ícone singular no universo das representações simbólicas. No Ceará ficou famoso o Boi Mansinho do Pe Cícero. Ele houvera recebido o animal, um touro reprodutor de raça, e o entregou ao Beato José Lourenço para ser cuidado.
“ Não há como negar que vem dele nossa natureza nômade, nosso jeito despojado de viver, nosso individualismo sem peias, nossa vocação para o ócio criativo e a imaginação”
BRINQUEDOS : ARTE DO MOVIMENTO
Tão fascinante é o universo dos brinquedos. Bonecas de panos, soldadinhos de chumbo, caminhões de madeira, petecas e cavalinhos de balanço, quem é que um dia já não teve um ou que, simplesmente, daria tudo para tê-los? Em geral, os brinquedos carregam em si o signo da fantasia que povoa os bons tempos de criança. E, mesmo, depois de adultos, onde brincar já não tem mais a importância de antes, é impossível não se sentir atraído e encantado por eles.
Com a exposição Brinquedo - A Arte do Movimento, o retorno a infância é uma constante. Nela, revivemos doces lembranças das “brincadeiras de meninice“, a partir do contato com 1.629 brinquedos populares, reunidos pela pesquisadora e artista plástica gaúcha Macao Góes.
Para a pesquisadora, esta não é somente uma exposição de objetos lúdicos, voltados aos fins museológicos, mas também é uma forma de motivar a memória e de ativar a sensibilidade. ´O brinquedo tem uma memória afetiva muito grande, pois todos nós tivemos um quando pequeno. A gente cresce, mas eles ficam dentro de nós´, diz ela.
Com mais de 30 anos de formação em arte e educação, pesquisa e convivência com Mestres de brinquedos populares por todo o Brasil, Macao Góes transformou um desejo pessoal num valioso acervo.“Comecei a coleção, ainda, quando cursava Artes Plástica. Na época fiz um trabalho sobre Arte Popular, fiquei encantada com a criatividade e a plasticidade dos brinquedos feitos pelos artesãos do Nordeste” explica a pesquisadora.
“ Brinquedo traduz a cultura”
“ Viva os mestres brincantes e seus brinquedos. Viva o Dragão do Mar” (Marcao Goes)
“Os brinquedos são expressão dos e do que é fantástico”
“Para sempre haverá um lugar para o brinquedo popular. Ele encontra seu destino em cada olhar da criança”
arte contemporânea
BUMBA-MEU-BOI
A exposição Bumba-meu-boi: Uma Interpretação no Barro nos mostra que os Bumba Bois, Bumba-meu-boi, Boizinhos e Bois mesmo que diferentes para cada região brasileira trazem a marca de um povo que acredita e valoriza sua cultura. A ceramista Liara Leite tenta traduzir de uma forma própria sua vivência especificamente nas festas de Boi do Ceará, do Rio Grande do Norte, Maranhão, Rio de Janeiro, Piauí, Amazonas e Santa Catarina.
O barro, mesmo com sua cor própria, nos faz ver o colorido dos personagens de boi cuidadosamente traduzidos por Liara Leite. Seja nas máscaras das Caxumbas, característico do Bumba-Boi do Maranhão, ou mesmo no Mateus do Ceará, o que se vê é a história viva, onde povos e tradições se entrelaçam continuamente.
O trabalho da ceramista Liara Leite, para esta exposição, demonstra que sua pesquisa está ligada desde sempre às manifestações de cultura popular. Artista autodidata nasceu em 1952 na cidade de Cariús, no Ceará. Já em 1980 começava seus trabalhos em argila, onde passou a se dedicar a festividades e práticas sociais do Nordeste brasileiro. São temas recorrentes em sua obra a religiosidade em torno do Padre Cícero, a fauna da caatinga, o cangaço e o Bumba-Meu-Boi.
A exposição é resultado de cinco anos de pesquisas da ceramista em torno dessas manifestações, expressos em um discurso que não deixa mentir pelas histórias que conta entre sorrisos largos e pela propriedade com que enumera detalhes das festas de boi pelas quais passou, presentes em cada uma de suas obras.
Dentre as obras apresentadas, a leitura do que a ceramista vivenciou nesse período de “isolamento” de si mesma na pesquisa, entre brincantes, personagens humanos, imaginários, animais, além de lendas, situações e códigos que compõem todo o imaginário acerca das festas do boi. A criação das peças também envolveu a pesquisa em torno de diferentes tipos de barro, com colorações, características e resultados em cerâmica diferentes.
Na exposição Bumba-meu-boi: Uma Interpretação no Barro, a ceramista foca as atenções nas especificidades das manifestações do boi no Ceará, no Maranhão, em Pernambuco, no Piauí, no Rio de Janeiro, em Santa Catarina e no Amazonas, locais nos quais o “brincar de boi” evoca memórias, práticas, crenças e conflitos sociais.
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